O animal era enorme, o pelo lustroso, as pontas das orelhas pretas e, em torno do rosto, ombros e costas era cinza. Seus olhos eram de um azul acinzentado como aço e pareciam olhar diretamente para sua alma. Apesar do sangue manchar seu pelo no ombro direito, ele era lindo. E rasgou, facilmente, dois homens adultos, um deles armado. Continuou a avançar sobre ela, que se encolheu contra o lado do passageiro do seu Camry, o coração batendo na garganta. Não conseguiria correr mais rápido do que ele, mesmo se tentasse, um fato refletido nos olhos penetrantes. Eram assustadoramente inteligentes, quase desafiando-a a tentar, para que pudesse desfrutar da emoção de persegui-la.
"Bom garoto", ela sussurrou, a voz oscilando. Levantando a mão trêmula, tentou um comando. "Fica!"
O animal parou e levantou a cabeça, uma expressão quase confusa em seu rosto canino.
"Bom garoto. Sente-se!" Ele o fez.
Alguns dos seus medos começaram a diminuir e ela se perguntou quão bem treinado o animal era. Talvez fosse o cão de guarda de alguém, e tivesse se perdido. Ele, certamente, a protegeu daqueles bastardos.
"Role!"
Com isso, a forma da criatura começou a oscilar. Um tipo de transformação. Ela piscou rapidamente, pensando que havia algo errado com a sua visão. Mas não, ela simplesmente estava ficando louca, no final das contas, porque a pelagem se retraiu, tornando-se pele. Patas tornaram-se mãos e pés ligados a membros muito humanos. As orelhas pretas foram embora, o focinho desapareceu e, de repente, havia um nariz majestoso. E, agora, um homem de cabelo preto estava agachado onde o lobo estava, segundos atrás. Um homem grande e muito nu, que esticou o corpo alto e olhou para ela, um canto da sua boca curvado para cima.
"Eu vou fazer um monte de coisas sob comando", disse, arrastando as palavras preguiçosamente. "Mas não rolo para ninguém, querida."
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