terça-feira, 31 de maio de 2016

Resenha de Priest - Sierra Simone







Antes de tudo eu gostaria de anunciar que estou mudando meu nome de Juliana Sarieddine, para Juliana Cordeirinha. Quem leu o livro vai entender muito bem. 
Vamos a resenha. 
Antes de ler eu vi algumas meninas dizerem que o livro era só sobre sexo, (não era crítica, só comentário mesmo) e eu fui lá dar uma conferida, porque horas, é sexo gente! E olha minha surpresa quando percebi que nãoera só sobre isso. 
Ao menos ao meu ver. 
Esta é a história do padre Tyler Bell e a stripper com MBA em administração de negócios Poppy Danforth (Eles estão ficando exigentes com o currículo ultimamente, não?). O padre Bell vem de um evento familiar traumático que o levou a ser padre, e Poppy que resolveu se livrar da vida sufocante de socialite patricinha para viver a vida do jeito que ela achava melhor, sem família e obrigações sociais bizarras. 
No meio do caminho Poppy necessita de aconselhamento espiritual e ela acaba encontrando a paróquia do padre Bell e para sua surpresa encontra também o amor de sua vida. O livro se centra basicamente na dinâmica entre a luxúria desenfreada que um sente pelo outro, o pecado do que estava acontecendo, o sentimento de culpa dele, por trair seus votos, e dela, por fazê-lo trair. E por fim, o sentimento opressor de ter que escolher entre toda uma vida de dedicação a Deus, ou a mulher que ama. 
O livro tem sexo? Sim, gente, tem muuuuito sexo. Ele é hot, hot, hot, muito detalhista e gráfico, com tudo o que tem direito. E se prepare para ter seu ovinho de avestruz chocado, pois a autora não mede esforços neste quesito. Mas eu não achei desrespeito, talvez o fato de não ser religiosa tenha ajudado, mas a intensidade do sentimento, o amor evidente que rolava entre eles, para mim, foi o mais importante. 
Mas mais que toda a putaria free, o que vi nessa estória foi de uma beleza e sensibilidade impar por parte da autora. Ela não perdeu tempo com dramalhões mexicanos, nem colocou uma frágil menininha sem sal que foi desvirtuada por um padre tarado. Não, Poppy é uma mulher sensual e sexual que sentiu um desejo tão intenso e avassalador quanto o próprio padre. 
Padre Bell é ótimo em seu trabalho, muito dos meus preconceitos em relação ao catolicismo foram derrubados durante os discursos e pensamentos dele (O sermão da última missa foi fantástico), enquanto tentava encontrar o próprio caminho. Ele dizer que Deus estava no sexo e no casamento assim como estava na vida de servir ao próximo que um padre adota foi muito bonito. 
Esse livro, apesar de todo o sexo, mostrou que a bondade de uma pessoa, seu coração, e sua vontade de ajudar ao próximo é muito maior do que rituais, do que estar dentro de uma igreja, do que apenas rezar. Que amar alguém, desejar alguém não desvirtua isso de modo algum. 
A autora foi muito feliz na intensidade dos personagens, em expor suas falhas, seus erros e acertos, suas dúvidas. Foi um livro que me fez olhar a espiritualidade, e a religiosidade sob um novo ângulo. Ele me fez refletir sobre minhas escolhas e sobre minhas crenças. Ao meu ver é muito mais do que apenas sexo louco, foi uma história sobre duas pessoas que aprendem a se amar, e amar um ao outro de modo profundo. Ele fala sobre o amor a Deus e o amor ao próximo, quer coisa mais bonita que isso? 
Achei o livro refrescante e recomendo demais a leitura. Mas não se apegue só aos fatos sexuais chocantes (não que eu esteja reclamando, adorei!), mas sim as reflexões do padre Bell que fizeram deste um livro mais complexo do que um simples romance erótico. Ele é sobre amor, respeito, luxúria, bondade, sinceridade, perdão, redenção, pecado, escolhas e Deus de um modo belíssimo. Achei dez e recomendo a leitura.

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